Gaucho & Maria Antonia

Com data atrasada e depois de alguns entreveros cibernéticos de ordem spâmica, damos as boas vindas a Gaúcho e Maria Antonia!

Para descrever essas duas queridas figuras, conto a seguinte história: Ana Carla e Lucas exerciam impedância em abraçar o novo lar quando saímos de Recife para Brasília em 2002. Procurando tornar atrativa a nova cidade, soube que havia aqui uma escola de pilotos profissionais de Kart, comandada por um tal de Alberto “Gaúcho”. Um sonho para Lucas, que naquele ano fazia 8 anos. O tal Gaúcho era, e é, conhecido como “O Cara”: bravo, perfeccionista, esporrento, impaciente e extremamente competente, o melhor dentre todos. Procurei-o e, de brincadeira, falei:

- Meu amigo, eu tenho um problema e você pode me ajudar a resolver.

O sujeito me olhou meio de soslaio e disse bem rudemente:

- Tô fora, bicho, meu negócio é outro!

Caí na gargalhada e tratei de consertar o mal-entendido, explicando a natureza do meu “drama” familiar daquele momento. Nascia ali, uma grande amizade.

No segundo treino do Lucas, Ana Carla e eu debruçados sobre o alambrado do kartódromo, se aproxima Maria Antonia. Não agüentando ver os novos candangos chegando sozinhos na capitá federá de mala e cuia, a “chefona”, único ser humano realmente temido pelo “amedrontador” Gaúcho, nos faz um convite para um churrasco em sua casa, logo após o treino. Nasci ali outra grande amizade.

Fomos recebidos naquela família, como se da própria família fôssemos. Conhecendo esse casal de ouro, doces pessoas queridíssimas por todos, descobrimos almas iluminadas, batalhadores incansáveis, heróis da resistência e exemplos de dignidade humana. No meio de uma sociedade de valores cada vez mais corrompidos, encontramos essas amáveis rochas de integridade moral, lapidadas por duríssimas provas de vida que os tornaram ainda mais fortes e mais humanos. São irmãos que a vida nos deu. São também a árvore da qual brotou a coisa mais linda e mais fofa, a bonequinha Geórgia, de quem somos, muito honradamente, padrinhos de batismo. São esses os nossos compadres Gaúcho e Maria Antonia que, com seus exemplos, tanto nos ensinam e que, com licença do plágio ao Almir, “... andam devagar, porque já tiveram pressa; e levam hoje esse sorriso, porque já choraram demais”.

A casa deles é um verdadeiro templo onde, todas as semanas, se encontram cantadores e tocadores de viola, poetas, amantes da boa conversa, da boa bebida, da boa comida, das reflexões e das filosofadas geniais: Casa-Coração-de-Mãe, aconchego e recanto onde se confraternizam todos os amigos, onde se ri, onde se chora de emoção e onde se encontra sempre uma energia boa e positiva que aos borbotões emana desses dois amigos, geniais artistas e amalgamadores dessa grande fraternidade.

Sejam bem-vindos, Gaúcho e Maria Antonia!

Jorge Barros